segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Acontece em Maria o que acontece eternamente em Deus: a criação do Ser Único

Em Maria, a humanidade tornou-se contemporânea à sua origem, no desejo de Deus. Maria, cheia de graça, é inserida no movimento da vida divina, que consiste eternamente em uma explosão de vida saída do coração do Pai para dar vida ao Filho, no beijo de amor do Espírito Santo. Deus quer compartilhar esta explosão de vida com a sua criatura. Não existe outro Dom como este na eternidade e Ele quer que a criatura entre nessa correspondência de amor, e que promova, igual e eternamente, uma troca incessante de amor. "Aqueles que me deste quero que, onde eu estou, também eles estejam comigo" (Jo 17, 24). Jesus tem a sua morada, exclusivamente na vontade do Pai, Aquele que dá a vida. A criatura é tirada do vazio para permanecer, ela também, neste amor e participar da torrente esfuziante da vida.
Acontece, então, em Maria, o que acontece eternamente em Deus: a criação do Ser Único. Ela é imaculada e permite que o amor entre sem obstáculos. Sem esta porta aberta, o mundo jamais teria surgido da noite. Sobre o caos do nada, o Espírito jamais poderia surgir para oferecer o seu poder fecundo.
Mas, o "sim" eterno de Deus ouve do fundo da noite o "sim", de uma pequena criatura que, com toda a confiança, aceita ser, apenas o eco do coração de Deus. Uma vez superada a desconfiança, a humanidade não se debate mais no inferno da suspeita e do medo. Se neste inferno ela se deixa mergulhar - porque a liberdade permanece íntegra em cada pessoa e em cada geração da história - ela pode compreender, imediatamente, que um novo início lhe é sempre oferecido no ato reconciliador da Cruz.
 
 

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